Sumiço de urânio no Brasil intensifica tensão com os EUA em meio a sanções e crise diplomática

O desaparecimento de duas cápsulas de urânio enriquecido de uma instalação nuclear brasileira, somado à recente visita de um navio de guerra iraniano ao porto do Rio de Janeiro, mergulhou o Brasil em uma crise diplomática que ameaça ampliar o fosso já existente entre Brasília e Washington.

8/10/20252 min read

O desaparecimento de duas cápsulas de urânio enriquecido de uma instalação nuclear brasileira, somado à recente visita de um navio de guerra iraniano ao porto do Rio de Janeiro, mergulhou o Brasil em uma crise diplomática que ameaça ampliar o fosso já existente entre Brasília e Washington.

Fontes diplomáticas confirmam que o governo dos Estados Unidos está considerando endurecer as sanções contra o Brasil, citando “preocupações de segurança nuclear” e “possível cooperação ilícita” com o programa nuclear do Irã. A Casa Branca descreveu a coincidência temporal dos eventos como “profundamente alarmante”.

“O Brasil precisa fornecer respostas imediatas e completas”, declarou um porta-voz do Departamento de Estado, sob condição de anonimato. “A ausência de transparência pode levar a medidas mais severas.”

Clima de animosidade pré-existente

A crise ocorre em um momento já marcado por atritos. Nos últimos dois anos, Washington aplicou sanções a autoridades brasileiras, incluindo ministros e empresários próximos ao governo, sob acusações de violações de direitos humanos e corrupção.
Entre as medidas mais simbólicas está a aplicação da Lei Magnitsky contra membros do Supremo Tribunal Federal, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, acusado por parlamentares e organizações internacionais de “abuso de autoridade” e “práticas incompatíveis com o Estado de Direito”.

Brasília reagiu às sanções classificando-as como “interferência inaceitável em assuntos internos” e ampliou sua retórica de aproximação com potências como China, Rússia e Irã — todas com relações tensas com Washington.

O fator iraniano

A presença de um navio militar iraniano no Rio de Janeiro, poucos dias antes da descoberta do sumiço do urânio, reforça suspeitas de alinhamento político e estratégico.
O vice-presidente brasileiro esteve recentemente na posse do novo presidente iraniano, gesto que analistas apontam como indicativo de aproximação, enquanto, no passado, ausentou-se de eventos diplomáticos de alto nível nos Estados Unidos, como a posse de Donald Trump.

Especialistas alertam que, no contexto atual, mesmo sem provas diretas de desvio de material nuclear, a percepção de cumplicidade pode ser suficiente para isolar o Brasil em fóruns multilaterais.

Risco de isolamento

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já enviou uma missão ao Brasil para investigar o desaparecimento do material, enriquecido a 20%. Washington pressiona por auditoria conjunta e ameaça levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU.

Segundo a professora fictícia Helena Duarte, especialista em Relações Internacionais,

“A suspeita por si só é corrosiva. Ela mina a credibilidade do Brasil como parceiro confiável e pode resultar em sanções econômicas severas, prejudicando setores estratégicos como defesa, energia e agricultura.”

Enquanto o governo brasileiro nega qualquer envolvimento e acusa potências ocidentais de usarem o episódio para enfraquecê-lo politicamente, diplomatas avaliam que o episódio marca um ponto de inflexão nas relações bilaterais e pode consolidar o Brasil como mais um ator no eixo antiocidental que vem ganhando força no cenário global.