Rede de perseguição e manipulação processual: delegados e agentes sob suspeita de abuso de poder e espionagem ilegal
Um dossiê obtido com exclusividade por nossa reportagem revela um intrincado esquema de perseguição, manipulação de processos e uso ilícito de dados pessoais envolvendo autoridades estaduais e federais. Os documentos, já encaminhados ao Ministério Público Federal e Estadual, apontam indícios de abuso de autoridade, fraude processual, interceptações ilegais e até vigilância clandestina contra um servidor público que, à época, havia denunciado irregularidades em canais oficiais de ouvidoria.
Por Redação
8/13/20253 min read


Um dossiê obtido com exclusividade por nossa reportagem revela um intrincado esquema de perseguição, manipulação de processos e uso ilícito de dados pessoais envolvendo autoridades estaduais e federais. Os documentos, já encaminhados ao Ministério Público Federal e Estadual, apontam indícios de abuso de autoridade, fraude processual, interceptações ilegais e até vigilância clandestina contra um servidor público que, à época, havia denunciado irregularidades em canais oficiais de ouvidoria.
Manipulação de competência e processos forjados
O caso teve origem em uma denúncia formal, assinada e protocolada em canal oficial da Ouvidoria. A vítima, servidor público, relatava fatos graves — mais tarde confirmados nos próprios autos.
Apesar da licitude do ato (direito de petição previsto na Constituição Federal, art. 5º, XXXIV), o denunciante passou a ser alvo de procedimentos obscuros.
Segundo os documentos, houve manobra para direcionar investigações e processos à Comarca de São Gonçalo/RJ, ainda que o alvo residisse em Minas Gerais e não tivesse qualquer vínculo territorial com a comarca. Essa “preferência” por São Gonçalo já havia aparecido em outros inquéritos, inclusive na quebra de sigilo telemático realizada dentro de um processo que, originalmente, pertencia a outro investigado por tráfico de drogas.
Obtenção ilícita de endereço e conluio interestadual
O endereço utilizado para citação — Rua Albina Monteiro, nº 40, Alto Caparaó/MG — não constava em nenhum cadastro público ou privado. Ainda assim, foi usado como base para atos processuais.
A suspeita é que os dados tenham sido obtidos por meios ilícitos, incluindo invasão de veículo e instalação de rastreador e escuta ambiental, facilitada por pessoa próxima ao denunciante sob possível coação.
Entre os envolvidos estão o Delegado da Polícia Federal Fabio Marcelo Andrade, o ex-Corregedor da Polícia Federal Fernando da Silva Veloso e outros servidores estaduais, apontados como subordinados ou aliados nas operações. Um e-mail de uso particular, “greggermanpf@gmail.com”, possivelmente vinculado a agente federal, aparece nos autos como destino de informações processuais sigilosas — fora de qualquer canal institucional.
Vigilância clandestina e ação de campo irregular
O dossiê ainda registra um episódio ocorrido em 11 de dezembro, por volta das 13h. Uma viatura da Polícia Federal adentrou o condomínio onde a vítima possui imóvel alugado. Dois supostos agentes federais foram até a porta da inquilina, pressionando-a a informar o paradeiro do denunciante — inclusive perguntando se ele estava no Brasil.
Segundo a vítima, não há qualquer inquérito ou processo federal ativo contra si, fato confirmado em pesquisas. O comportamento dos agentes destoou dos protocolos operacionais da PF:
Entrada em área de risco com apenas uma viatura;
Perguntas informais a moradores sobre endereço;
Ausência de uso de sistemas de GPS e mapeamento;
Falta de viaturas de contenção.
Essas características levantam a hipótese de ação clandestina ou uso indevido da insígnia policial para fins de intimidação.
Conexão com perseguição pessoal e violência psicológica
Documentos e depoimentos indicam que, poucos dias antes do ajuizamento de certas ações, a ex-esposa do denunciante teria fugido de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, abandonando os filhos menores. No mesmo período, houve invasão do e-mail do denunciante e vinculação a outro aparelho celular.
Em seguida, foram protocoladas ações de violência doméstica em São Gonçalo — apesar da inexistência de residência no município.
Proteção internacional e riscos atuais
Devido à escalada das ameaças, perseguições e ao assassinato de seu filho, a vítima encontra-se atualmente sob proteção internacional da ONU.
As denúncias agora formalizadas no MPF e no MPE também serão encaminhadas ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e organismos internacionais de direitos humanos.
O que dizem os citados
A reportagem procurou os nomes mencionados para se manifestarem sobre as acusações. Até o fechamento desta matéria, nenhuma resposta foi enviada.
🔍 Nota da Redação: A íntegra dos documentos e anexos comprobatórios será publicada em nosso portal de transparência investigativa nas próximas semanas.