Ex-assessor do TSE entrega provas contra Alexandre de Moraes no exterior
O ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, voltou a ocupar os holofotes após declarações feitas fora do Brasil, nas quais alega possuir provas de que foi instruído pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do TSE, Alexandre de Moraes, a monitorar exclusivamente cidadãos ligados à direita durante o processo eleitoral de 2022.
Phoenix TpnNews
8/4/20253 min read


Ex-assessor do TSE promete entregar provas contra Alexandre de Moraes no exterior
Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria de Enfrentamento à Desinformação, afirma que recebeu ordens para monitorar opositores políticos nas eleições de 2022
Por Redação Independente
04 de agosto de 2025
O ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, voltou a ocupar os holofotes após declarações feitas fora do Brasil, nas quais alega possuir provas de que foi instruído pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do TSE, Alexandre de Moraes, a monitorar exclusivamente cidadãos ligados à direita durante o processo eleitoral de 2022.
Segundo Tagliaferro, documentos e registros internos da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), que coordenou em 2022, demonstrariam práticas de “vigilância direcionada” e “abuso de autoridade”. Ele afirma que já entregou parte do material a entidades internacionais e membros da imprensa estrangeira. “Agora posso falar. Se algo me acontecer, o material já está entregue”, declarou em vídeo publicado nas redes sociais.
O que é a AEED
Criada em 2022 pelo TSE, a AEED tinha como missão institucional combater a disseminação de notícias falsas e ataques coordenados ao processo democrático brasileiro. Tagliaferro, nomeado para chefiar a área por indicação interna, atuou diretamente na articulação com plataformas digitais e agências de verificação de fatos.
De acordo com suas recentes declarações, no entanto, o setor teria sido instrumentalizado para fins político-partidários. Ele alega que recebeu orientações verbais e escritas para priorizar “a desarticulação de redes bolsonaristas”, monitorar jornalistas e influenciadores independentes e manter atualizações constantes sobre opositores.
As acusações
Nas entrevistas recentes, Tagliaferro afirma ter registros de e-mails, memorandos e atas internas que comprovariam que Alexandre de Moraes ordenou operações “fora do escopo técnico e jurídico da Assessoria”. O ex-assessor também sustenta que parte das ações executadas por servidores da AEED violaria garantias constitucionais, como a liberdade de expressão, a presunção de inocência e o direito ao devido processo legal.
“Não se tratava mais de combater fake news, mas sim de perseguir adversários políticos”, disse ele em uma das entrevistas. Ele prometeu entregar os documentos a organismos internacionais, como a ONU, e a veículos de imprensa sediados nos Estados Unidos e na Europa.
Contexto e contrapontos
Desde 2024, Tagliaferro é investigado pela Polícia Federal por violação de sigilo funcional após o vazamento de conversas internas da AEED. Em relatório sigiloso, a PF apontou que ele teria, “de forma consciente e voluntária”, encaminhado a jornalistas áudios, prints e trocas de mensagens com outros servidores do setor.
A defesa de Alexandre de Moraes ainda não se manifestou oficialmente sobre as novas alegações. Em notas anteriores, o STF negou qualquer irregularidade nas atividades do TSE durante o pleito de 2022, reiterando que as ações da AEED tinham respaldo legal e objetivo técnico voltado à proteção da democracia.
Juristas e especialistas ouvidos por nossa reportagem ressaltam que, mesmo que hajam indícios de desvios, as acusações precisam ser analisadas dentro do devido processo legal, com provas documentais robustas e contraditório garantido.
Repercussão internacional
A fala de Tagliaferro ocorre poucos dias após ele ter sido sancionado pelos Estados Unidos sob os termos da Lei Magnitsky Global, que prevê punições a indivíduos envolvidos em corrupção ou violações graves de direitos humanos. Embora a lista completa dos fundamentos da sanção não tenha sido divulgada, fontes diplomáticas apontam que o caso atraiu atenção de organismos internacionais preocupados com a condução do processo eleitoral brasileiro.
Nos bastidores de Brasília, o clima é de tensão. Enquanto o presidente Lula tenta blindar Moraes com pronunciamentos públicos e reuniões de alto nível com o STF, cresce a pressão por esclarecimentos mais amplos sobre a atuação do Judiciário no ciclo eleitoral de 2022.
Conclusão
Se confirmadas, as acusações de Tagliaferro podem abrir uma crise sem precedentes entre os poderes da República. Por ora, restam perguntas sem respostas: haverá investigação independente? As provas serão tornadas públicas? A narrativa oficial sobre o pleito de 2022 será reavaliada?
Enquanto isso, o país observa, entre a desconfiança e a expectativa, os próximos capítulos de um embate que pode redefinir a história recente da democracia brasileira.