Abuso de poder em Bangu: denúncia expõe grupo criminoso e assédio moral contra agentes da SEAP
Um grave episódio registrado na noite de 22 de agosto de 2025 revelou o que pode ser a face mais sombria da administração penitenciária no Rio de Janeiro: o uso do poder hierárquico para acobertar crimes, silenciar custodiados e intimidar servidores honestos.
ABUSO DE AUTORIDADES
Redação
8/25/20252 min read


Um grave episódio registrado na noite de 22 de agosto de 2025 revelou o que pode ser a face mais sombria da administração penitenciária no Rio de Janeiro: o uso do poder hierárquico para acobertar crimes, silenciar custodiados e intimidar servidores honestos.
Segundo termos de declaração lavrados na Polícia Civil (Ocorrência nº 902-00063/2025), o preso Yuri Guimarães foi agredido dentro do Complexo de Gericinó por policiais penais identificados como João Miranda e Roger, que teriam lhe desferido tapas no rosto enquanto algemado, além de ameaçá-lo de transferência compulsória para Bangu 1.
A situação se agravou quando os agentes Lenilson Santiago Soares (subdiretor) e Raphael Magalhães Bastos advertiram os colegas de que poderiam ser presos em flagrante e conduzidos à sede policial. A resposta foi imediata: intimidação hierárquica, humilhação e ameaças de perseguição, em claro assédio moral contra servidores que se recusaram a compactuar com práticas ilegais.
Um grupo criminoso sob a proteção do cargo público
Não se trata aqui de um mal-entendido administrativo ou de um simples excesso disciplinar: os indícios apontam para a atuação de um verdadeiro grupo criminoso dentro da SEAP, composto por servidores em cargos de relevância, que se valem da autoridade institucional para praticar abusos e se blindar contra qualquer responsabilização.
As informações apócrifas que circulam — e que encontram eco nos relatos oficiais — descrevem com clareza esse modus operandi: tortura de presos, silenciamento por meio de ameaças, obstrução de denúncias e perseguição a servidores de boa-fé. O relato dá conta até mesmo de que a permanência de Yuri em Bangu 1 teria sido condicionada ao seu silêncio, em evidente tentativa de manipular a Justiça.
O alvo agora são os agentes que não se corrompem
Talvez o aspecto mais repugnante desse episódio seja o ataque direto contra policiais penais que agiram corretamente. Em vez de serem reconhecidos como defensores da legalidade, Lenilson Santiago Soares e Raphael Magalhães Bastos passaram a ser tratados como inimigos dentro da própria instituição, acusados de “não serem policiais de verdade” por não pactuarem com abusos.
Esse tipo de assédio moral é arma típica de organizações criminosas infiltradas no serviço público: isolar e perseguir os que não se dobram, para que o silêncio e o medo se tornem regra.
Não é falha do sistema, é desvio de agentes específicos
É preciso deixar claro: não se trata de uma crise estrutural da SEAP, mas sim de um fato isolado gravíssimo, protagonizado por agentes que, protegidos pela hierarquia, transformaram o poder institucional em instrumento de crime. Justamente por isso, a resposta das autoridades precisa ser rápida e exemplar, sob pena de reforçar a sensação de impunidade e cumplicidade.
Exigência de providências imediatas
Os fatos já documentados e as denúncias complementares — ainda que apócrifas — exigem medidas concretas:
Afastamento imediato dos envolvidos;
Proteção aos servidores que denunciaram os abusos;
Investigação independente pelo Ministério Público, sem interferência da própria SEAP;
Responsabilização penal e administrativa de quem se valeu do cargo público para agredir, ameaçar e coagir.
📌 Fontes:
Termos de Declaração lavrados em 22/08/2025 (Ocorrência nº 902-00063/2025).