A máquina de fraude

A descoberta, feita a partir de um documento de pesquisa de registro de óbito , mostra que o homem está em uma lista de falecidos desde 2007, com sua morte registrada no estado do Rio de Janeiro. No entanto, um comprovante oficial emitido pela Receita Federal

O CRIME ORGANIZADO

Jornalismo investigativo

8/30/20252 min read

O FANTASMA NO SISTEMA

Morto em 2007, mas Vivo para a Receita: Como Esquema de Fraude Usa Cadáveres para Cometer Crimes

O pesadelo burocrático de uma família se tornou a prova de um esquema criminoso que utiliza registros de pessoas mortas para cometer fraudes. O caso de uma vítima, que faleceu em 2007, é a peça central de uma investigação que revela uma falha alarmante: seu CPF continua ativo e regular na Receita Federal.

A descoberta, feita a partir de um documento de pesquisa de registro de óbito , mostra que o homem está em uma lista de falecidos desde 2007, com sua morte registrada no estado do Rio de Janeiro. No entanto, um comprovante oficial emitido pela Receita Federal, datado de 30/08/2025, indica que ele ainda está vivo para o governo. Seu status cadastral é "REGULAR".

A Máquina de Fraude

Essa discrepância não é um simples erro. É a porta de entrada para uma série de crimes. O CPF ativo de uma pessoa falecida pode ser usado para abrir contas bancárias, obter empréstimos e até mesmo garantir que um título de eleitor permaneça válido. No submundo do crime, essa prática é uma ferramenta poderosa para manipulação de eleições e lavagem de dinheiro.

Especialistas em segurança pública alertam que um esquema como este não é trabalho de um criminoso comum. Ele exige uma rede que combina, no mínimo, três perfis criminosos:

  1. O Empresário do Setor Funerário: Controla as informações de falecidos para identificar oportunidades.

  2. O Corruptor: Tem o poder de subornar funcionários públicos em órgãos como a Receita Federal e cartórios, garantindo que o CPF e outros documentos de pessoas mortas não sejam cancelados.

  3. O Político e o Líder de Organização Criminosa: Usa os "fantasmas" para atingir seus objetivos, como votos fraudulentos ou a movimentação de dinheiro ilícito.

Quem Protege o Sistema?

A descoberta desse caso expõe a vulnerabilidade do sistema público. Enquanto a família lida com a dor da perda, a identidade do falecido pode estar sendo usada para encher os bolsos de criminosos.

Essa denúncia serve como um alerta para que o Ministério Público, a Receita Federal e a Justiça Eleitoral investiguem a fundo não apenas este caso, mas também a existência de outros "mortos-vivos" no sistema. É uma questão de segurança nacional e integridade de nossas instituições.