✈️ Jornalista português detido pela PF ao desembarcar em Guarulhos para participar de ato pró-Bolsonaro faz acusação grave:
Seja qual for a motivação de Sérgio Tavares – idealismo, protagonismo ou até marketing pessoal –, o incômodo que causa é revelador. Ele nos lembra que o combate ao crime organizado não pode ser apenas manchete de jornal ou discurso de ocasião. Se dependermos de estrangeiros para levantar essa bandeira, talvez já tenhamos perdido a guerra muito antes de começar.
DENÚNCIAO CRIME ORGANIZADO
9/30/20252 min read


"Neste momento, eu estou contra o líder máximo do narcotráfico do Brasil, que é o Alexandre de Moraes. Posso afirmar. Não penso nas consequências… porque posso aparecer morto."
Nos últimos dias, ganhou repercussão a figura de Sérgio Tavares, jornalista português que afirma enfrentar nada menos que o narcotráfico brasileiro e seus tentáculos institucionais. À primeira vista, pode soar como um enredo de cinema: um profissional da comunicação, europeu, atravessando fronteiras para investigar – e “combater” – os maiores chefes do crime organizado de nosso país. Mas o que isso revela, em essência, é menos sobre o estrangeiro corajoso e mais sobre a nossa própria fragilidade nacional.
Entre a denúncia e o espetáculo
Não é de hoje que o Brasil aparece no noticiário internacional associado ao narcotráfico. O PCC já não é apenas um grupo criminoso; é uma marca global. O fato de um jornalista português, de fora do nosso sistema, se lançar contra esse monstro evidencia duas realidades: primeiro, a gravidade do problema, que transcende fronteiras; segundo, o descrédito interno, já que a denúncia parece ganhar mais eco quando vem de fora.
O papel da imprensa e o perigo da bravata
É legítimo e necessário que jornalistas investiguem, exponham e questionem. Mas também é perigoso quando a denúncia se transforma em espetáculo, alimentando mais a polêmica do que a reflexão. A coragem de Sérgio Tavares pode ser vista como uma contribuição para a luta contra o crime, mas também pode se tornar munição para narrativas de confronto político, especialmente quando envolve acusações ao Supremo Tribunal Federal.
O que realmente importa
Mais do que discutir se o jornalista português está certo ou exagerando, precisamos encarar a essência: por que ainda precisamos de vozes externas para denunciar o óbvio? O narcotráfico reina no Brasil, corrompe instituições, dita regras em territórios inteiros e se infiltra em negócios lícitos. Enquanto isso, a sensação de impunidade só cresce.
Reflexão final
Seja qual for a motivação de Sérgio Tavares – idealismo, protagonismo ou até marketing pessoal –, o incômodo que causa é revelador. Ele nos lembra que o combate ao crime organizado não pode ser apenas manchete de jornal ou discurso de ocasião. Se dependermos de estrangeiros para levantar essa bandeira, talvez já tenhamos perdido a guerra muito antes de começar.